quarta-feira, 10 de junho de 2009

Figura 9: Boneco/Figura Mitológica
Nota: a foto é de Carlos Chaves; a edição é de Alessandra Gomes; pré-tombo: 8/86-8/25; indicação de
campo -16.
Medidas da peça em cm: altura – 21,5cm; largura – 9,5cm; espessura – 15,5cm.
Referências: Fénelon-Costa (1978); Neto (1984).


A figura 9 é uma cerâmica moderna que representa o
ser bicéfalo sobrenatural antropomorfo chamado Inãrasonuésonué,
ou seja, Karajá com muitas cabeças (NETO, 1984).
A figura se encontra sentada com uma tigela circular
nas pernas como se estivesse preparando mandioca. Ela
tem uma longa cabeleira negra que se estende até as costas e,
também, tem a representação de um umbigo bem centralizada
na barriga.

Quanto a motivos e pinturas, os dois rostos têm dois
círculos pretos abaixo dos olhos que se denominam Komarira
(NETO, 1984).

No tronco, o motivo representa linhas retas agrupadas
duas a duas, perpendicularmente umas às outras, formando
uma cruz num quadrilátero de linhas duplas; nos braços,
há um padrão cruciforme, limitado dentro de linhas horizontais
paralelas. Os dois motivos são denominados Raradié
I. O motivo que se encontra na parte superior da coxa, de
triângulos em ziguezague, se chama Turéherekô e Haarú. Representa
o vôo do morcego e do pacu (FÉNELON-COSTA,
1978). Na parte inferior da coxa se encontra um motivo gradeado,
de várias listras horizontais, cortadas por uma única
listra vertical dentro de um retângulo que envolve toda a
coxa da figura. O conteúdo da tigela tem pequenas listras
pretas. A tigela se encontra pouco descolada da peça.

A figura 10, abaixo, é uma cerâmica
antiga, sem movimentação. Tem pequenina cabeça e pequeninos
braços. Tem um fino tronco em relação às grandes pernas em
forma bulbar. A peça se encontra em pé.

Quanto a motivos e pinturas, na cabeça há uma pintura
vermelha no meio de duas listras pretas e no pescoço, uma
listra horizontal vermelha. As listras paralelas em ziguezague que
se encontram no tronco se chamam Turaherekô, e os pontilhados
dentro desse motivo se chamam Udeúdé (FÉNELON-COSTA,
1978). No meio do motivo, há a representação de um umbigo
bem centralizado. O motivo encontrado nas pernas da figura
chama-se Koékoé, nome genérico dado às gregas e suas variantes,
porque "dá muita volta" (FÉNELON-COSTA, 1978).

Nenhum comentário:

Postar um comentário